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A vida são dois dias…

Março 10, 2010

Nascemos, crescemos, vivemos quanto podemos, e depois no fim já se sabe… Morremos! Parece-me a mim que este “ciclo” é bastante óbvio, mas ainda assim nem sempre o vejo presente nas pessoas que me rodeiam (e sendo bem sincera há momentos que nem em mim). Sendo tão fácil perceber que o único que temos de verdade é o presente (porque o passado já lá vai, e o futuro não passa de uma mera esperança), como é possível sermos tão miseráveis?! E é que não só o somos como nos prendemos a essa miséria de vidas medíocres, e ainda nos queixamos de que não somos felizes! Porquê?

Há uns meses cheguei ao 1/4 de século de vida, e de alguma forma essa data fez-me voltar a questionar o sentido da vida tal como se a adolescência tivesse voltado a aterrar em mim. É engraçado reparar no que a vida adulta nos faz… A partir do momento em que entrei na Universidade tracei um futuro brilhante em que definia a minha vida até aos 65 anos! Bonito, não? No mínimo comum e louvável: uma jovem com perspectivas de vida! Estaria tudo muito bem e seria muito lindo se não fosse uma idiotice de primeira! Como é que eu fui ingénua ao ponto de pensar que as minhas vontades, sentimentos, aspirações, ilusões, desejos, motivações, etc. seriam as mesmas por mais de 40 anos?!?!?! Já para não falar nas das pessoas que me rodeiam e automaticamente incluí no meu plano de mestre! E tudo isso para dar um sentido à vida… Traçar um caminho, marcar uma meta, e siga! Não estaria mal, se tivesse sido mais humilde e pensasse que as condições mudam, e com elas tudo o resto…

Voltando à questão inicial… Se em vez de pensar que podemos programar a nossa vida no auge da adolescência; se em vez de entrar em modo automático seguindo o grande plano igual que turista em cidade estrangeira segue o GPS; se em vez de tentar programar um grande futuro vivermos o presente… Quando aceitarmos que o que temos é o agora, e que todos os grandes planos têm grandes falhas… Talvez aí a felicidade seja possível… Porque a vida são dois dias!

E desta forma, parece-me muito estranho que o mundo esteja como está…

Sentem-se e pensem comigo: Porque não fui feliz hoje? Porque não quero levantar-me amanhã? Porque não falo com aquela pessoa há mais de uma eternidade? Porque não paguei o café ao meu colega hoje? Porque não sorri à senhora no autocarro? Porque não cantei aquela canção que estava a passar na rádio e gosto tanto? Porque não telefonei àquele amigo que está longe? Porque não fiz uma festa mais no meu cão? Porque não dei um beijo à minha mãe?

Há um mundo de possibilidades em cada momento que vivemos! Podemos escolher fazer a diferença ou não… Mas se é para fazer diferença que não seja a incitar guerras, a destruir o planeta e todas essas coisas que vocês sabem!

(pensamentos dispersos numa noites de insónias)

2 comentários

  1. Eu passo pelo mesmo quase todos dias mas de uma maneira simples arremato a questão; diz a ti própria, “vou tentar fazer melhor”, “diz sim quando pensas dizer não” mas em situações lógicas óbvio que deves dizer não. 🙂
    E simplifica mas não compliques e para acabar sorri quando te sorriem para ti muitas vezes um sorriso é sinal de felicidade e nao de 2ª intenções.


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